A  Lagarta e Alice olharam-se uma para outra por algum tempo em silêncio:     por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à    menina  com uma voz lânguida, sonolenta.
      “Quem é você?”, perguntou a Lagarta.
       Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice  retrucou,    bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora,  no    presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei  esta manhã,    mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.
      “O que você quer dizer com isso?”, perguntou a Lagarta severamente.    “Explique-se!”
      “Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora”, respondeu    Alice, “porque eu não sou eu mesma, vê?”
      “Eu não vejo”, retomou a Lagarta.
       “Eu receio que não posso colocar isso mais claramente”,    Alice  replicou bem polidamente, “porque eu mesma não consigo    entender, para  começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes    em um dia é  muito confuso.”
      “Não é”, discordou a Lagarta.
      “Bem,  talvez você não ache isso ainda”, Alice afirmou,    “mas quando você  transformar-se em uma crisálida — você    irá algum dia, sabe — e então  depois disso em uma borboleta,    eu acredito que você irá sentir-se um  pouco estranha, não    irá?”
      “Nem um pouco”, disse a Lagarta.
       “Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes”, finalizou     Alice, “tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.”
      “Você!”, disse a Lagarta desdenhosamente. “Quem é    você?”
       O que as trouxe novamente para o início da conversação.    Alice  sentia-se um pouco irritada com a Lagarta fazendo tão pequenas     observações e, empertigando-se, disse bem gravemente: “Eu    acho que  você deveria me dizer quem você é primeiro.”
Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
(Charles Lutwidge Dodgson 1832-1898)
O I-mago: Laboratório da Imagem, Experiência e Cria[@]ção é um grupo de estudos e pesquisas . O termo I-mago possui sua origem no latim e quer dizer Imagem, que nos auxilia a refletir sobre processos de produção de subjetividades na cultura contemporânea.O termo "mago" também nos remete a magia ou a quem faz a magia, o que se relaciona intrinsecamente as reflexões suscitadas pelo grupo referentes à busca por linhas de fuga frente às formas de controle exercidas na atualidade.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Quem somos?
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